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Saudações!

Pouquíssimas cidades tiveram o privilégio de serem planejadas desde o princípio, a partir da escolha de um plano urbanístico até a consolidação das leis que garantiram o cumprimento do que foi traçado e o seu desenvolvimento.  Todas as demais, ou cresceram espontaneamente, ou vem sendo remediadas ao longo dos anos.

O problema desta expansão, quase sempre desordenada, é o surgimento de cidades que não oferecem condições plenas de habitabilidade e cidadania aos seus moradores, onde os serviços públicos e a infraestrutura normalmente ficam aquém da demanda existente.

Entendemos que um dos motivos que levam a esta realidade se dá pelo desenvolvimento de dentro para fora, ou seja, as cidades sempre recebem mais investimentos nas regiões centrais do que nas periferias. Por terem mais visibilidade, por abrigarem os grupos sociais mais influentes, por força do dinheiro circulante, entre outros motivos, as regiões nobres atraem mais recursos, não importando, que a maior parcela da população necessitada da presença do poder público se concentre nas regiões periféricas e mais pobres.

Não é por acaso que a periferia esteja mais sujeita as inundações e outros acidentes naturais, a baixa qualidade do ensino, a falta de saúde básica, a infraestrutura precária, muitas vezes inexistente, a indisponibilidade de espaços públicos que permitam à prática de esportes e as lúdicas brincadeiras infantis, tendo como consequência à explosão da violência que acaba irradiada na totalidade da malha urbana, inclusive as regiões centrais.

Diante do atual quadro é urgente que esta discussão se faça presente na mesa de todos. Não pretendemos sugerir que as regiões centrais sejam abandonadas a própria sorte, mas que os recursos públicos sejam investidos, neste momento, prioritariamente nas regiões mais carentes, dotando-as de mínimas condições de humanidade e que permitam o desenvolvimento dos seus moradores através da educação de qualidade, serviços de saúde, mobilidade eficiente e porque não dizer pelo acesso pleno ao esporte e lazer.

Por fim, parafraseando o compositor Walter Franco na canção “Serra do Luar”, dizemos que “viver é afinar o instrumento de dentro pra fora de fora pra dentro, a toda hora a todo momento, de dentro pra fora de fora pra dentro…”.

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Até a próxima!

Maurício Fernandes

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