A música tem um potencial transformador. Pode mudar a vida de quem ouve, mas também – e principalmente – de quem faz dessa arte uma profissão. Ex-aluna do Projeto Guri, no Polo Osasco, Anna Murakawa é um exemplo de quem teve sua vida completamente revolucionada pelo amor à música. Atualmente, aos 29 anos, ela não apenas trabalha tocando o instrumento que escolheu como foi morar do outro lado do mundo e se tornou professora de violino na prestigiosa University of Sydney, na Austrália.
“Quando entrei no Guri, aos 13 anos, no curso de violino, não imaginava que fosse seguir carreira musical. No entanto, o incentivo dos educadores, a paixão pelo instrumento e a sintonia que eu tive com os outros alunos me motivou a ir me aprimorando cada vez mais”, relata Anna, sobre seus primeiros passos no campo da música. “Um momento que me marcou nesse período foi a minha primeira apresentação na Sala São Paulo. Foi emocionante”, conta.
Após participar do maior programa sociocultural brasileiro mantido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo – Anna ingressou em duas orquestras em São Paulo, uma delas a Orquestra Sinfônica do Instituto Baccarelli. Posteriormente, foi convidada a estudar fora do país.
Na época, com 17 anos, não tinha condições financeiras para dar esse passo em sua carreira. Por esse motivo, decidiu buscar auxílio onde tudo começou: no Projeto Guri. Os profissionais do programa, que já sabiam do seu potencial e dedicação como violinista, decidiram lhe conceder todo o suporte necessário, por meio da criação de um programa de bolsas, que foi renovada pelos próximos quatro anos.
“Fiz meu bacharelado na National Music Academy – Prof. Pancho Vladigerov, na Bulgária, minha pós-graduação na Carnegie Mellon University, em Pittsburgh, Estados Unidos, meu mestrado na University of Louisville, em Kentucky, e, por fim, meu doutorado na University of Sydney, na Austrália, onde, hoje, ministro as aulas de violino”, descreve Anna.
Enquanto estudou fora do Brasil, a musicista participou de diversas orquestras. Uma delas foi a YOA – Youth Orchestra of the Americas (Orquestra Jovem das Américas), nos Estados Unidos, pelo período de três anos. “Participei de orquestras na Bulgária e na Austrália também. Inclusive, vou solar o concerto de Beethoven, para violino, na Orquestra Sinfônica de Sydney, em junho deste ano”, comemora.
Entre os planos para o futuro, a violinista tem o sonho de gravar covers de músicas populares para introduzir o estilo clássico no cotidiano das pessoas e mostrar que o violino é um instrumento que está ao alcance de todos. Também pretende colocar em prática um plano que iniciou durante o período do doutorado.
“Comecei a pesquisar diferentes maneiras para aprender mais (sobre o violino) e em menos tempo. Quero compartilhar essa informação com todos os jovens e pessoas que estejam interessadas. Pretendo transmitir o meu conhecimento e mostrar o que fiz para chegar até aqui, sem esquecer de mencionar a presença do Projeto Guri em todas as etapas”, conclui Anna.
Sobre o Projeto Guri
Mantido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, o Projeto Guri é o maior programa sociocultural brasileiro e oferece, nos períodos de contraturno escolar, cursos de iniciação musical, luteria, canto coral, tecnologia em música, instrumentos de cordas dedilhadas, cordas friccionadas, sopros, teclados e percussão, para crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos (até 21 anos nos Grupos de Referência e na Fundação CASA). Cerca de 50 mil alunos são atendidos por ano, em quase 400 polos de ensino, distribuídos por todo o estado de São Paulo. Os mais de 330 polos localizados no interior e litoral, incluindo os polos da Fundação CASA, são administrados pela Amigos do Guri, enquanto o controle dos polos da capital paulista e Grande São Paulo fica por conta de outra organização social. A gestão compartilhada do Projeto Guri atende a uma resolução da Secretaria que regulamenta parcerias entre o governo e pessoas jurídicas de direito privado para ações na área cultural. Desde seu início, em 1995, o Projeto já atendeu mais de 770 mil jovens na Grande São Paulo, interior e litoral.
Sobre a Amigos do Guri
Eleita a Melhor ONG de Cultura de 2018, a Amigos do Guri administra o Projeto Guri. Desde 2004, é responsável pela gestão do programa no litoral e no interior do estado de São Paulo, incluindo os polos da Fundação CASA. Além do Governo de São Paulo, a Amigos do Guri conta com o apoio de prefeituras, organizações sociais, empresas e pessoas físicas. Instituições interessadas em investir na Amigos do Guri, contribuindo para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, têm incentivo fiscal da Lei Rouanet e do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (FUMCAD). Pessoas físicas também podem ajudar. Saiba como contribuir: www.projetoguri.org.br/faca-sua-doacao.