O Governo Federal cancelou R$ 9,6 bilhões em auxílios-doença e aposentadorias por invalidez de quase 220 mil pessoas, ao intensificar o pente-fino para encontrar benefícios irregulares. Até o fim do ano, o Ministério do Desenvolvimento Social avalia que a economia deve chegar a R$ 15,7 bilhões com o impulso das perícias. Em quatro meses, de março até o fim de junho, meio milhão de beneficiários passaram pelo crivo dos peritos do INSS.

O governo mudou as regras para o trabalho dos peritos e conseguiu dar novo gás ao programa de revisão dos benefícios, que começou a ser implementado em agosto de 2016. De março a junho, o número de perícias foi quase o dobro das 289,8 mil realizadas desde o início do programa.

Na primeira fase do pente-fino, que durou até fevereiro passado, foram cancelados 82% dos auxílios-doença e 17% das aposentadorias por invalidez que passaram pela perícia técnica do INSS. Nessa segunda fase, 74% dos auxílios-doença revisados (112.959) e 31% das aposentadorias por invalidez (106.763) foram cancelados. Esse é o último balanço que o governo pode divulgar antes das eleições.

Perícia

O ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, disse que o governo passou a exigir quatro perícias por dia para quem quisesse ter acesso ao bônus que é dado aos peritos que aderem voluntariamente à revisão, feita fora do expediente normal. Antes, os peritos podiam escolher quantas perícias podiam ser feitas. Tinha perito que só fazia uma revisão por semana.

Segundo Beltrame, esses são gastos que deixam de ser feitos, abrindo espaço para investimentos em outras áreas. Ele estima economia adicional de mais R$ 5,2 bilhões com a aposentadoria por invalidez a partir de 2019, subindo para quase R$ 21 bilhões com a revisão. Ao contrário do auxílio-doença, cujo benefício é cortado assim que é constatada a irregularidade, quem tem a aposentadoria por invalidez cancelada recebe por mais 1 ano e meio depois do corte. Por isso, o efeito maior da redução da aposentadoria só deverá ocorrer em 2019.

A Justiça reativou 2,4% dos benefícios cancelados – número considerado baixo pelo ministro e que, segundo ele, demonstra o acerto das revisões.

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