O atacante Neymar disse, em depoimento prestado na noite desta quinta-feira (6), que gravou a primeira parte do vídeo que publicou em sua conta no Instagram, no qual aparece negando ter cometido estupro, mas que um integrante de sua assessoria e um técnico em informática foram os responsáveis por juntar o vídeo às mensagens que ele havia trocado com a mulher que o acusa e publicar na rede social.
O jogador é investigado pela divulgação de imagens íntimas da modelo Najila Trindade. Quando o teor completo foi publicado nas redes sociais, o nome, o rosto e fotos íntimas da jovem acabaram vazando. O jogador do Paris Saint Germain disse ainda não ter conhecimento técnico para fazer a postagem do vídeo com as mensagens.
Neymar também admitiu ter liberado o teor da conversa, mas declarou, no depoimento na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), que orientou que preservassem as partes íntimas da mulher, mas que alguns trechos acabaram vazando.
Neymar vai apresentar o assessor e o técnico em informática, que serão intimados a depor na DRCI. Todos são investigados pela divulgação das imagens íntimas da mulher, cujo crime prevê penas de um a cinco anos de prisão.
Orientado por três advogados, Neymar não precisou entregar seu telefone celular para a perícia. Apresentou ao delegado Pablo Sartori, que investiga o caso, todo o teor original da troca de mensagens com a mulher que o acusa. E apresentou também uma ata notarial confirmando o vídeo – ou seja, levou o vídeo em um cartório para atestar a veracidade do inteiro teor.
Neymar tentou negociar para prestar depoimento na sede do Serviço Aeropolicial (Saer), na Lagoa, onde tem um heliponto. Ele iria para lá às 16h desta quinta, mas o delegado Marcus Vinícius Braga, secretário da Polícia Civil, não permitiu, já que pareceria um privilégio ao jogador. “Ele tem que depor na delegacia que investiga o caso”, disse a assessores.
A opção, então, era ir até a Cidade da Polícia, na Zona Norte da cidade, de helicóptero, o que não foi permitido por medida de segurança. Como o helicóptero particular de Neymar é todo preto – igual aos da Polícia Civil – havia risco de traficantes das favelas vizinhas, Manguinhos e Jacarezinho, atacarem a aeronave a tiros. Ele, então, parou numa base do Galeão e de lá seguiu numa van.