O francês Jean de La Fontaine (1621-1695), na sua fábula, conta que os ratos resolveram em assembléia pôr um guizo no pescoço do gato, o eterno inimigo. Assim, todos perceberiam a presença do gato ao se aproximar e poderiam fugir dos seus ataques. Um rato velho, que ficou em silêncio durante toda a assembléia (após ter participado certamente de muitas delas) concordou com a proposta, mas fez uma pergunta: “Mas, quem vai pôr o guizo no gato?”
Esta fabula me remete aos dias de hoje. A assembléia está reunida, os ratos somos todos nós, o gato, nós sabemos quem é. Quem vai por o guizo no gato?
Estão há alguns meses querendo por o guizo no gato, quase conseguiram, mas a prudência, a inteligência e a sapiência falaram mais alto. Não era a hora!
Sabemos que o gato é arisco, manhoso, que vai dar trabalho para se colocar o guizo ou a tornozeleira eletrônica nele. Ah meus caros, não duvidem disso. Este gato é mais arisco do que vocês podem imaginar.
Na verdade, vou contar para vocês o que vai acontecer. Quando colocarem o guizo no bichano ele vai amar, pois ai mesmo que ele vai fazer a festa, vai pular, saltar, “miar” alto que está com o guizo, em alguns momentos vai dizer que está sendo vitima de conspiração dos ratos, que devem por guizo em todos os gatos como ele, enfim, fará a festa.
O guizo vai nos dar a idéia de que se o gato está com ele, podemos circular com um pouco mais de segurança. Saberemos onde o gato está, o que está fazendo, com quem está se encontrando, o que está dizendo, um tiquinho de paz.
Mas não se iludam, o gato é muito mais perigoso do que pode imaginar nossa vã filosofia. Pensem até na hipótese do gatinho ir para longe, para não ter a vergonha de mostrar que está com o guizo, sim, ele é vaidoso, é arrogante e extremamente prepotente.
Fiquem atentos com o som do guizo e, se possível, fujam do gato, ele não te traz nada de bom.
#EM2018EUreNOVO
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