No livro, Volte Na Próxima Guerra, de Wilson Machado (meu tio paterno), há uma história de meu avô, Avelino Machado, advogado no interior do Rio Grande do Sul, que por força de uma desavença com certo sujeito mantinha um relho de rabo de tatu na parte detrás da porta da casa e que se o sujeito se atrevesse a passar na frente ia tosar o lombo dele com o referido equipamento. Acho que não usou.
Na semana passada o grande personagem não foi nada mais, nada menos do que o RELHO. Relho ou rebenque é um artefato feito de tiras de couro trançadas, ou uma tira torcida, destinado a infligir estímulo doloroso a um animal e, conforme o “animal” para expulsá-lo também.
No Rio Grande do Sul ele foi usado como instrumento de defesa pelos agricultores e produtores em contraponto a alegação de que eram caloteiros e desceram o artefato no lombo daqueles que apoiavam esta ideia e de seu “genial” autor. Produtor rural não é caloteiro, pelo contrário é gerador da maior riqueza que nosso país possui, ou seja, o agronegócio. Tenham respeito!
Opinião e focinho cada um tem o seu e o usa como bem quiser. Agora ofender a maior classe produtora de riqueza do país só porque se insurgiu contra a presença de um pré-candidato a presidência, condenado e em vias de ser preso, e pior ainda ofendeu a uma tradição local. Por que aparecer com lenço vermelho no pescoço? Para tirar onda e querer se “igualar” aqueles que deram o sangue pelo país. Ora, faça-me o favor. Jamais serás um “maragato”! – Maragato foi o nome dado aos sulistas que iniciaram a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul em 1893, em protesto a política exercida pelo governo federal representada na província por Júlio de Castilhos. Os maragatos eram identificados pelo uso de um lenço vermelho no pescoço, simbolizando sua oposição.
O lenço me identifica. Qual a minha procedência, – Querência Amada
No meu coração e tradição sou um maragato também, a única ressalva está no lenço vermelho, mas na época ainda não havia o Grêmio, então, deixa quieto.
Os verdadeiros maragatos se levantaram contra a presença indigesta e usaram um de seus instrumentos de trabalho, o relho, para expulsá-los.
Te quero tanto. Torrão Gaúcho. Morrer por ti me dou o luxo – mesma música.
Queria ver se algum daqueles que sentiram o relho no lombo tem o mesmo amor por este país. Duvido e faço pouco!