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Eu, José Nunes da Matta Filho

Ou Zé de Hermes como queiram

Filho de Zequinha e Enna Faria da Matta

Nascido no primeiro degrau do planalto central

Do santuário artístico e cultural

Cujo sol da minha terra nasce em forma de clave

E a lua quando é nova nasce em forma de outra clave

Que é a clave de fases

 

Nasceu na cidade na qual vou dar o perfil

Pacata, bucólica, angelical

Das congadas, reisados sem igual,

Do intrudo e caretas do carnaval

Das ladainhas e rezas da voz do coral

Do vinho de jenipapo, que belo natal

Dos cantores de trova em tom regional

Das serenatas de instrumental, do lírio, eroteca

 

Das santas missões no arraial

Da festa a rigor, encontro social

Do Bumba Meu Boi que já se foi

Do império e Pirajá que saudade que dá

Da cabeça do peixe ao curral da matança

Muitas lembranças…

Na praça da igreja, a missa campal

Quanta saudade da velha Angical

 

Porque no tobogã da vida

Já subi, já desci

Na faixa intermediaria fiquei

Sou poesia, sou futebol, sou carnaval

Sou José Nunes da Matta Filho

E nasci em Angical.

 

  • Uma homenagem da filha Andrea da Matta.

 

 

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