Foto//Fernando Vivas/GOVBA

A colheita do algodão já começou e a Bahia é um dos destaques da matriz produtiva. O estado plantou 266.662 hectares da commodity e é disparado o líder do Matopiba, região que também engloba as áreas de cerrado do Maranhão, Tocantins e Piauí e que contabilizou, ao todo, 305.351 hectares na safra em curso. A expectativa de colheita é de 520.363 toneladas na Bahia e 587.067 na região do Matopiba.

A região oeste é a principal fronteira agrícola da Bahia, o que impacta positivamente na economia do estado. O secretário da Agricultura do Estado, João Carlos Oliveira da Silva, destaca a representatividade da safra baiana. “O oeste da Bahia é vital para a agricultura do estado. Agora, por ocasião da safra de algodão, a região mostra novamente sua força, aumentando em 2% a produtividade da cultura e com estimativa de colheita total de mais de 520 mil toneladas”, disse ele.

Para o coordenador da Cooperativa de Produtores de Algodão (Ubahia), Paulo Almeida Schmidt, o desafio atual é ampliar a exportação. “Temos que pegar esse algodão daqui e exportar para o mundo. O nosso concorrente não é o produtor aqui ao lado, nosso concorrente é o Estados Unidos. E o que a gente tem visto é que cada vez que o governo dá um incentivo, nós ficamos mais competitivos contra o mundo e mais algodão conseguimos exportar”, disse ele.

Qualidade e certificação

Segundo o presidente da Associação Baiana de Plantadores de Algodão (Abapa), Luiz Carlos Bergamaschi, no quesito qualidade, o algodão baiano é comparável ao americano e ao australiano. Essa é uma conquista recente, pois, antes, a produção baiana era conhecida pela baixa qualidade do algodão.

Atualmente, existe o programa de certificação de sustentabilidade Algodão Brasileiro Responsável (ABR), da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e associadas. O ABR é a garantia de fibra sustentável, pois é lastreado nas legislações trabalhista e ambiental do Brasil. O programa internacional de referência nesta questão é a Better Cotton Initiative (BCI), da ONG Suíça de mesmo nome.

Produtividade

O oeste da Bahia possui uma área de produção que ocupa 2,9 milhões de hectares, o que representa 35% do território. A região oferece excelência no processo produtivo devido à dobradinha entre a tecnologia investida e as características agronômicas, com destaque para o clima.

A utilização de sementes, adubos e defensivos, cada vez mais modernos, proporcionam uma boa produtividade, o que significa produzir cada vez mais na mesma área. Todo esse conhecimento tecnológico deve-se aos constantes cursos de aperfeiçoamento e ações que as entidades, cooperativas e associações da região implementam para que a mão de obra seja qualificada.

A região é constituída por 24 municípios, com cerca de 643 487 mil habitantes, numa área de 116 677 quilômetros quadrados. Diversos são os cultivos realizados na região, como soja, café, milho, feijão, arroz, frutas e gado. Segundo o assessor de agronegócios da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Luiz Stahlke, o oeste produz 10 milhões de toneladas de grãos e fibras, onde 50% da soja produzida na região é exportada, o que significa um crescimento anual de 3% a 4%, já viabilizando e justificando a construção de uma ferrovia para o melhoramento da logística dessa produção.

Além disso, a região se destaca na fruticultura, com a maior produção de bananas do país, estimada em 240 mil toneladas, cultivadas em uma área de 9 mil hectares. A integração de áreas de grãos, aves e gado em confinamento tem sido uma alternativa viável na região para a rotação de cultura e preservação do solo. Atualmente, o oeste detém tecnologia que dá para a Bahia a maior produtividade do Brasil de soja e milho e a maior produtividade de algodão não irrigado do mundo, é o que garante o presidente da Abrapa, Júlio Busato.

Reportagem: Leiliane Fláu

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