O Ibovespa principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, operou em baixa ao longo da manhã desta terça-feira (20), mas voltou a subir e bater recordes. Na máxima do dia, chegou a 136.330 pontos, novo recorde registrado ao longo do pregão.
Investidores continuam atentos e otimistas com o cenário de juros nos Estados Unidos. A expectativa é de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) comece a cortes a taxa de juros americana, o que beneficia os investimentos em bolsa.
Nas últimas semanas, os mercados em todo o mundo estão animados. Ontem, o Ibovespa, registrou seu recorde histórico de fechamento, aos 135.778 pontos, e zerou as perdas acumuladas em 2024.
O clima continua positivo enquanto dois acontecimentos dos próximos dias podem trazer ainda mais clareza sobre quais serão os próximos passos do Fed em relação aos juros nos Estados Unidos. Na quarta-feira, a instituição divulga a ata de sua última reunião, que traz mais informações sobre o que os dirigentes estão observando e pensando sobre a economia — e se devem realmente cortar as taxas.
Na sexta, os investidores estarão atentos ao discurso do presidente da instituição, Jerome Powell, no Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole. Lá, ele deve compartilhar uma visão mais detalhada que o Fed tem sobre os dados da economia dos EUA, que também influenciam na decisão de juros prevista para setembro.
No cenário interno, investidores repercutem falas de Gabriel Galípolo, diretor do Banco Central do Brasil (BC), e de Gustavo Guimarães, secretário-executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento. Hoje, ainda, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, discursaram em uma convenção do banco BTG Pactual.
Bruna Sene, analista de renda variável da Rico, destaca que a fala de Campos Neto colaborou com o avanço do dólar nesta terça. “A alta do dólar ocorre tanto por um movimento técnico após queda da moeda americana ante o real (de 3% no mês de agosto), mas também devido a algumas falas do presidente do BC. Ele disse que a elevação da Selic em setembro é uma possibilidade, mas não um compromisso do Copom com a alta dos juros que já estava precificada pelo mercado”, diz.
Por aqui, os investidores ainda procuram entender qual será a postura do Banco Central sobre a taxa Selic. Ao contrário dos EUA, dados de inflação do último mês e o dólar mais valorizado deixaram uma preocupação de que os juros poderiam até aumentar por aqui, prejudicando quem investe em bolsa.
Fonte//G1