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A Bahia é o maior produtor nacional de cacau e contribuiu consideravelmente para o Brasil, somente para a Páscoa deste ano, ter produzido nove mil toneladas de ovos de chocolate. Só em 2021, foram colhidas mais de 140 mil toneladas de cacau, um incremento de 40% em relação a 2020, número que consolidou a liderança baiana na produção brasileira.
Além do cultivo das amêndoas, alguns cacauicultores estão apostando no beneficiamento do fruto, agregando valor à produção de derivados. É o caso do engenheiro agrônomo e produtor rural Luís Fernando Pimenta, que investiu na abertura de uma fábrica de chocolates finos no município de Coaraci, no Sul baiano. Ele tem inspirado a nova geração de agricultores a fazer o mesmo.
“O programa Pro-Senar Cacau foi fundamental para a concretização desse sonho, porque nos muniu de informação, tecnologia e esperança para continuar acreditando na cultura após a vassoura de bruxa que devastou as lavouras (doença que dizimou a plantação)”, disse, destacando que o acesso a novas técnicas de manejo foi fundamental para continuar no negócio.
Segundo informações da Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Amendoim e Balas (Abicab), o mercado nacional de chocolate vem crescendo ano após ano. O País é o 5º maior consumidor de chocolate do mundo e já desponta como um promissor fornecedor. Em um concurso internacional de cacau de excelência, realizado em Paris, dois brasileiros, mais especificamente baianos, foram premiados pela produção das melhores amêndoas do fruto.
O vice-presidente administrativo da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb) e assessor de Tecnologia e Inovação do Senar Bahia, Guilherme Moura, destacou que a Bahia tem dupla participação no mercado de chocolate: “Somos o principal fornecedor da matéria-prima, mas também estamos expandindo na elaboração do produto final, e este é um segmento que está em franca expansão, incluindo a instalação de fábricas-escola em alguns municípios”, pontuou.
Com um cultivo superior a 420 mil hectares em mais de 80 municípios, a cacaucultura baiana tem se expandido da mata atlântica do Sul, que ficou batizado como região cacaueira, para outros biomas. O fruto, que já foi responsável por mais de 60% do PIB do Estado, tem mostrado a sua resiliência e forte adaptação a diferentes áreas e climas.
No Cerrado baiano, por exemplo, produtores já apostam na implantação do cacau a pleno sol, ou seja, sem o sombreamento, e tem obtido bons resultados com a cultura e também na produção de nibs e de chocolates. O setor é responsável pela geração de milhares de postos de trabalho fixos, mas especialmente nesta época do ano incrementa a renda de muitas famílias, através da geração de empregos temporários para a páscoa. Só este ano, o país registrou a geração de 8.518 empregos em torno da data comemorativa.
Fonte//Senar