O Ibope divulgou, com ressalvas, os resultados do levantamento realizado entre 1° e 3 de setembro. No cenário sem Lula, Jair Bolsonaro, do PSL, lidera a disputa com 22%, mas sua condição de adversário dos “sonhos” no segundo turno foi mais uma vez confirmada.
O deputado é o mais rejeitado entre os nomes testados: 44% dos eleitores afirmaram não votar nele. Em seguida aparece Marina Silva, da Rede, com 26%, e Fernando Haddad, do PT, com 23%, tecnicamente empatado com o tucano Geraldo Alckmin (22%). Ciro Gomes, do PDT, tem uma rejeição de 20%.
Nas simulações de segundo turno, Bolsonaro perde para Ciro (44% a 33%), Marina (43% a 33%) e Alckmin (41% a 32%) e empata tecnicamente com Haddad (36% a 37%). A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.
No caso do primeiro turno, a única grande diferença em relação ao levantamento anterior é a subida de Ciro Gomes fora da margem de erro, de 9% para 12%. O pedetista tem agora o mesmo percentual de Marina Silva, que ficou estagnada, e divide o segundo lugar com a ex-ministra. Alckmin variou de 7% para 9%, enquanto Haddad, apresentado como candidato do PT, mas não associado diretamente a Lula, foi de 4% para 6%. Bolsonaro passou de 20% para 22%.
O Ibope pretendia divulgar a pesquisa na terça-feira 4, mas decidiu adiar o anúncio dos resultados para fazer uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral. O instituto havia registrado a pesquisa antes de o TSE barrar a candidatura de Lula e preparou um questionário com dois cenários: um com e outro sem o ex-presidente na cartela de presidenciáveis.
Por causa da decisão do tribunal, na noite da sexta-feira 31, os entrevistadores não apresentaram aos eleitores o cenário com Lula. O Ibope queria saber se poderia divulgar os resultados de uma pesquisa que não seguiu o questionário original.
O ministro Luis Felipe Salomão recusou-se, porém, a emitir um juízo. Segundo ele, não seria possível responder à consulta durante o período eleitoral para evitar o risco de antecipar posição sobre um assunto que poderia vir a ser julgado na corte. O Ibope então fez uma ressalva ao liberar a pesquisa: “Convicto de que agiu de boa fé e dentro da lei, e, ainda, no intuito de não privar o eleitor de informações relevantes sobre a situação atual das intenções de voto na eleição”, a empresa optou por anunciar os resultados.