A três meses das eleições, um dos candidatos mais bem colocados nas pesquisas, Ciro Gomes (PDT), tenta acelerar o passo na formação de sua aliança. Nesta quarta-feira (04) ele se reúne com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, para falar de apoios. O PSB será uma bola dividida entre Ciro e Geraldo Alckmin (PSDB), que negocia com alas paulistas do partido, onde mantinha aliança em sua gestão como governador.
Desde as denúncias contra o presidente Michel Temer, no ano passado, o PSB rachou em dissidentes pró e contra o emedebista. A maior parte dos apoiadores do Planalto saiu da legenda em direção ao DEM. Quem ficou alinhou-se novamente a pautas mais à esquerda e rejeitou apoio a Alckmin. Está aí o foco de Ciro Gomes, que se apresenta como substituto natural de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ciro dará preferência ao partido na indicação de um vice-presidente de sua chapa, caso o PSB anuncie logo sua aliança com o PDT. Com uma chapa mais robusta e tempo de TV, o ex-governador do Ceará pretende se mostrar competitivo aos partidos do centrão, como DEM, PP, PRB e outros. Se trouxer tais partidos para seu entorno, Ciro aumenta seus recursos de campanha e terá mais aparições para mostrar suas ideias.
Todo esse bloco, contudo, ainda flerta com Alckmin. O PSDB tem naturalmente mais capilaridade e recursos de fundo eleitoral. Com o centrão ao seu lado, o tucano ganharia reforço para convencer o PSB de seu antigo vice, Márcio França, a embarcar na chapa. Líder do DEM, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), fala em quatro semanas para que o partido decida. É um tempo de barganha para esperar a melhor oferta. Se o PSB for com Ciro, ele sai em vantagem para levar consigo o centrão e dificultar a formação de alianças de Alckmin.