“Nunca preguei o ódio”, disse Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (24) no Hospital Israelita Albert Einstein em entrevista para o programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan. “Dizem que Bolsonaro agride gays, negros, mulheres. Me aponte um áudio, uma imagem minha agredindo alguém”, disse ele sobre seu histórico de ataques a determinados grupos.
Foi a primeira entrevista em vídeo do candidato desde a facada que recebeu em Juiz de Fora (MG) no último dia 06, que ele classificou como um ataque “planejado e político”. O jornalista Augusto Nunes, que conduziu a entrevista, perguntou como Bolsonaro responderia àqueles que apontam sua eventual eleição como um risco à democracia.
Bolsonaro é notório por sua defesa da tortura e da ditadura militar, já falou em mais de uma ocasião no fuzilamento de adversários e questionou recentemente a lisura das urnas eletrônicas.
O seu candidato a vice, general Hamilton Mourão, levantou recentemente a possibilidade de uma Constituinte sem representantes eleitos e aprovada por referendo, assim como de um “autogolpe” em caso de “anarquia”, sem definir quais seriam estes critérios.
De acordo com Bolsonaro, “esses caras que falam que eu sou um risco a democracia é na verdade porque eu sou um risco a eles”, apontando as críticas como motivadas por interesses em estatais, e não comentou mais o tema.
Ele negou que seu histórico de declarações tenha contribuído para a radicalização do cenário político, como sugeriram outros candidatos: “Exatamente o contrário, sou vitima daquilo que eu combato”.
Perguntado se Adélio Bispo, preso em flagrante como autor do crime, teria agido sozinho, ele disse: ”Acredito que não, ele não é tão inteligente assim”.