A deputada Jusmari Oliveira, vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Assembleia Legislativa da Bahia, cobrou providências urgentes para os casos de violência contra a mulher ocorridos recentemente na UFOB – Universidade Federal do Oeste da Bahia. Em discurso realizado na Comissão da Mulher, na manhã desta quarta-feira, 28, a parlamentar denunciou dois casos graves. Sendo um de agressão física contra uma estudante do curso de medicina veterinária do Campus da cidade de Barra, durante atividade acadêmica e outra de assédio sexual contra uma estudante de direito do Campus da cidade de Barreiras, dentro do ônibus da instituição, durante uma viagem para um congresso em Goiânia.
Jusmari afirmou que os dois casos permanecem impunes e que as estudantes mesmo traumatizadas são obrigadas a assistir aula na mesma sala em que os seus agressores. “Além de sofrerem agressão e serem humilhadas, elas estão passando pelo constrangimento de ter que encarar os seus agressores diariamente”, disse Jusmari. A parlamentar advertiu que há relatos diários na imprensa de mulheres que denunciaram agressões e, como nenhuma providência é tomada, muitas delas são assassinadas. ”Não se pode permitir que as estudantes corram esse tipo de risco”, protestou a deputada. Para comprovar as denúncias, Jusmari leu a Carta Aberta da Diretoria de Mulheres do DCE/UFOB gestão Abre Alas e do Coletivo Feminista Elza Soares, na qual os fatos estão largamente denunciados.
A carta relata que foi feito um boletim de ocorrência apenas no caso da estudante da cidade de Barra e que a única providência tomada pela UFOB foi uma suspensão do agressor por um período de 30 dias. “Não é possível que um casos tão graves como esses fiquem impunes” cobrou Jusmari.
Audiência pública nas universidades
Diante da gravidade do problema Jusmari propôs que a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher envie um documento para a UFOB cobrando explicações para os fatos e punição para os agressores. Ela também requereu a realização de uma audiência pública para debater a violência contra a mulher nas diversas universidades públicas da Bahia. “Os dois casos da UFOB chegaram ao nosso conhecimento por terem se tornado público, quem sabe se o problema não é ainda pior? Precisamos aprofundar esta discussão com as instituições para sabermos como elas estão se estruturando e o que nós podemos fazer para ajudar a combater a violência contra a mulher. Não podemos de forma nenhuma aceitar que isso continue acontecendo. Providências precisam ser tomadas o mais rápido possível” argumentou a deputada oestina.