Obrigado Geneton: Por Mário Machado Júnior

FALANDO SÉRIO 138 (1)

Falando sério, não sou jornalista, nem tenho esta pretensão, pelo contrario, humildemente me posiciono como um comentarista do dia a dia, um cronista da vida que vivemos, humildemente. Uma coisa a vida me ensinou, estamos sempre aprendendo e, no curso de minha vida sou aprendiz, permanentemente, e não me envergonho em hipótese alguma. Estou sempre aprendendo e busco aprender com os melhores.

Desde que me entendo por gente o trabalho de Geneton Moraes Neto chamou a minha atenção em suas entrevistas principalmente pela forma de entrevistar sem medo, de perguntar o que quer saber e obter do entrevistado a resposta que ele buscava.

Ontem Geneton calou para sempre o seu microfone, aposentou suas folhas de perguntas, seus cadernos de interrogação, sua caneta, que magistralmente eliminava as perguntas já feitas, está guardada em definitivo em seu bolso.

Sempre que uma pessoa com  certa contemporaneidade comigo morre, me sinto morrer um pouco também, com Geneton não foi diferente o sentimento, porem um pouco mais sentida por ser um exemplo. Aprenda sempre com os melhores e busque chegar perto.

Nos meus áureos tempos na radio tinha a Geneton como bussola nas minhas entrevistas. Eu queria saber, queria obter a resposta de quem eu entrevistava, queria que falassem, ate porque a estrela era o entrevistado. Algumas vezes sucesso, em outras, decepção, movida pelo medo de quem eu recebia no estúdio. Nunca deixava de me divertir em uma entrevista com o medo de quem seria entrevistado, pois queriam saber o que eu perguntaria.

Quando Geneton apresentava seus trabalhos, muito particularmente os chamados Dossiês, era fantástico ver como ele, com aquela voz anasalada, sotaque nordestino, graças a Deus, imperdível, puxava dos incautos as informações mais improváveis ou ate mesmo as reações mais implacáveis. Era uma autentica aula de jornalismo. E eu procurava aprender, procurava apreender e valeu.

Ao ver seus colegas comentando sua vida, sua trajetória, nunca, jamais, sua morte, me surpreendeu ver o quanto ele ensinou, o quanto eles aprenderam e não tinham a menor cerimonia em demonstrar. Aprenderam eles, aprendemos nós, enfim a aula acabou pelo termino da existência, mas a classe ainda se encontra a postos, esperando mais, querendo mais, aprendendo mais. Se quiser aprender assista as entrevistas dele.

Uma vida não é nada, com coragem pode ser muito. Charles Chaplin

Mais uma vez me rendo e agradeço, OBRIGADO GENETON, suas entrevistas serão realizadas em outro plano. Pegue sua caneta, suas folhas soltas, seu gravador e veja se consegue uma entrevista com o CHEFÃO, na redação superior, do jornal da vida.

cartao-mario

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