O destino das vaquejadas: Por Regis Truccolo
Peço desculpas aos leitores, entendi por me afastar desta coluna, no período eleitoral, porque, eleições municipais, são extremamente ácidas, extremamente contundentes. O radicalismo dos partidários de alguns candidatos beira o fanatismo, como se alguns candidatos fossem semi deuses, tamanha a devoção de seus seguidores. Mas, finda as eleições, tudo é passado. E passado só me interessa como fonte de estudo. Minha mãe sempre diz, pra frente é que se anda. Chega de se apegar ao passado. E o Supremo Tribunal Federal, por 5 x 4, seguiu o relator ministro Marco Aurélio Melo e acabou com a legalidade da vaquejada. Assunto Interessante e controverso. Segundo seus defensores, a vaquejada é um esporte do Nordeste, do interior. Uma tradição arraigada na cultura nordestina. E tornou-se um negócio. Conforme estimativas do site Araruna Online, em 2013, movimentaram cerca de 50 milhões de reais por ano, entre premiações, espetáculos e publicidade e envolviam 1.500 empregados diretos e 5 mil indiretos, empregando gente como médicos veterinários, motoristas, vaqueiros, músicos e vendedores autônomos. Cada evento de vaquejada tem um investimento médio de 800 mil reais e um vaqueiro iniciante investe cerca de 10 mil reais para começar no ramo. Em Barreiras e região, temos parques de vaquejadas, com megaeventos, shows grandiosos, que movimentam inclusive o turismo. Porém, do outro lado, os defensores dos animais, alegam que além das consequências físicas nos animais, como uso de esporas, entre outras torturas aos bichos, há um questionamento do embasamento moral de se explorar e agredir animais para fins de diversão, o que tornaria inválido se chamar de esporte um evento de entretenimento baseado por definição no abuso dos mesmos e o dilema da prevalência do valor cultural deste tipo de atividade sobre o bem-estar e a dignidade dos bichos. Bom, eu amo os animais, adoro todo tipo de bicho e não consigo admitir o maltrato dos mesmos, mas, neste caso, entendo que há um exagero. Primeiramente, em que pese a louvável preocupação com a saúde e bem estar dos animais, estamos esquecendo que os animais estão a serviço do ser humano, há milhares de anos. Ajudando inclusive na evolução humana. O que teria sido do homem, sem o cavalo, sem o boi? Evidente que houve abusos, eram outros tempos, outras civilizações. Mas algumas delas, como os índios norte-americanos, com sua cultura xamânica sempre tiveram um grande respeito pelos animais, porque, diziam os índios, que afinal os animais que lhe forneciam o sagrado alimento entre outras coisas vitais a sobrevivência. Acho que há um exagero de protecionismo. Quem conhece a vida da zona rural, sabe que os vaqueiros e gente da roça amam seus cavalos, seus bois, entre outros bichos. Não acredito que a vaquejada seja algo para judiar dos animais. Que se façam alterações, mas mantenham a tradição.