Tragicomédia jurídica: Por Mário Machado Júnior
No filme A Noite Americana, de François Truffaut o personagem dele, ele mesmo, diz em dado momento que filmar é como uma volta de diligência no Velho Oeste, onde você espera que seja uma boa viagem, mas quando no meio desta, apenas deseja que ela acabe logo. Escrever também é assim. A gente começa e no meio espera que consiga acabar.
Desde o inicio do mês de junho vivemos uma tragicomédia jurídica na qual somos compelidos a rir, para não chorar, de todas as operas bufas que nos são jogadas na cara sem a menor cerimônia, sem o menor respeito, achando que o povo é um imbecil de carteirinha.
A cada nova decisão, a cada novo parecer, a cada ato do judiciário, principalmente nas “altas-cortes”, somos tratados como seres desprovidos de cérebro, ou pior, de sentimentos. Concordo que somos por demais passivos e pior, por demais pacíficos, mas imbecis jamais. A violência explode em cada milímetro quadrado do país, isso é fato, mas é aquela que pode ser explicada pela criminalidade em si ou pela necessidade como exceção.
Imaginem um PCC, seguindo o exemplo dos partidos políticos, resolver assumir um papel político. Viram o país de pernas para o ar. Já disse uma vez e repito o elefante não é o rei da selva porque não conhece a própria força e o leão aprendeu inclusive a rugir.
Voltando ao tema, o que temos, em verdade, é o mais puro spirit du corps das instituições, ditas republicanas, e que não estão nem ai para o povo, para a população, para o cidadão ou seus anseios mais simples. Protegem-se uns aos outros enquanto se perpetuam em seus podres poderes.
Como aceitar decisões de absolvição com excesso de provas para condenação? Como aceitar acordos de PREMIADAS DELAÇÕES? Nem Silvio Santos é tão generoso assim. Como aceitar a verborragia de seres, detentores de poderes graças ao poder, falando asneiras para quererem embaçar um dos maiores patrimônios, quem sabe o único patrimônio jurídico da nossa combalida sociedade, a operação lava jato, e se achar certo?
Não quero perder a fé no judiciário, até porque é dele que eu vivo, mas meus caros está difícil. Começo a achar que está na hora de convocar o “Zé Pequeno” para assumir essas “bocas”
Não vou perder a fé no judiciário, ainda não!
Vamos deixar o tempo NOVO falar?
#EM2018EUreNOVO
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