Depois de ver seu faturamento cair 15% nos últimos cinco anos e de ter um prejuízo operacional de meio bilhão de reais em 2018, a Globo passou a adotar uma política salarial mais dura com suas maiores estrelas. Desde o segundo semestre do ano passado, apresentadores, locutores e atores do primeiro time estão sendo chamados para renovar contratos por salários menores. Alguns, como Otaviano Costa, não aceitaram e deixaram a emissora.

O argumento dos executivos da Globo é que a realidade do mercado mudou com a queda das receitas publicitárias e a concorrência com o streaming. Altos salários tornaram-se insustentáveis e precisam ser reduzidos.

Foram os casos de Galvão Bueno, que completa 35 anos de carreira neste ano, e de Fernanda Montenegro. Galvão e Fernanda, assim como Fausto Silva e Ana Maria Braga, integram uma seleta lista de profissionais que extrapolam um teto salarial imposto pela direção da emissora a seus artistas e executivos. Agora, são poucos os contratados que recebem mais de R$ 100 mil.

Galvão renovou contrato até o fim de 2022. Aceitou reduzir seus vencimentos para algo em torno de R$ 500 mil. Em outros tempos, ele já ganhou mais de R$ 1 milhão. Em compensação, a Globo prometeu liberar o quanto antes jornalistas esportivos para fazerem campanhas publicitárias, o que pode gerar receita até maior para os profissionais.

O mesmo caso vale para os outros narradores da Globo que renovaram recentemente, como Cléber Machado e Luís Roberto. Eles aceitaram reduzir seus ganhos mesmo estando abaixo do teto estipulado (que pouquíssimas pessoas sabem quanto é). Também serão liberados para fazer comerciais.

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