A TV aberta brasileira passa por uma crise sem precedentes nas últimas décadas. De 2015 até o ano passado, as três maiores redes encolheram o equivalente a uma emissora maior do que Record e SBT juntas. Considerando a inflação do período, as três redes perderam R$ 3,253 bilhões de suas receitas com publicidade. Isso daria uma emissora do tamanho de um terço da Globo, revela estudo inédito feito pelo Notícias da TV sobre os balanços oficiais das emissoras.
Em 2015, na verdade, as emissoras de TV, assim como toda a economia nacional, já estavam em crise. Mas foi o primeiro ano em que as três redes maiores redes do país publicaram balanços contábeis, que fornecem números confiáveis para comparação.
Naquele ano, Globo, Record e SBT faturaram juntas R$ 14,228 bilhões. Em 2018, essa soma deu R$ 12,898 bilhões. A diferença, de R$ 1,330 bilhão nominal, que já é maior do que o faturamento do SBT, sobe para R$ 3,353 bilhões quando considerado o IPC-A (Indíce Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado do período, de 13,52%.
A Record foi a rede que mais perdeu receitas. Em termos nominais, oscilou negativamente 11,1%, de R$ 1,994 bilhão. em 2015 para R$ 1,773 bilhão no ano passado. Quando aplicada a inflação, a queda da rede de Edir Macedo é de 21,7%, quase o mesmo percentual da Globo.
A rede da família Marinho, que fechou 2018 com leve crescimento e R$ 10,061 bilhões de receitas, encolheu 9,9% nominais em relação aos R$ 11,168 bilhões de quatro anos atrás. Com a inflação, recuou 20,6%. O SBT se manteve estável. Segundo balanço publicado no Diário Empresarial nesta semana, encerrou 2018 com uma receita de R$ 1,065 bilhão, apenas R$ 1 milhão a menos do que em 2015. Com a inflação, no entanto, a rede de Silvio Santos encolheu 12,9% em quatro anos.