O Grupo Globo anunciou oficialmente o início do processo de fusão de empresas e departamentos. Chamado de Uma Só Globo, o processo, articulado pela Accenture — empresa de consultoria em tecnologia e transformação empresarial —, tem como objetivo unir, em uma só empresa, a TV Globo, Globosat, Globo.com e DGCorp (Direção de Gestão Corporativa).
Nos bastidores o clima é de tensão, uma vez que fusões representam cortes de funcionários e dança de cadeiras nos cargos de direção. As demissões já começaram.
A partir de janeiro, todas essas empresas vão se juntar em uma nova empresa que receberá o nome Globo. Anunciada hoje pelo presidente executivo Jorge Nóbrega, a estrutura integrada é resultado da estratégia de transformação digital da Globo.
A nova empresa centralizará a criação e produção de conteúdos de forma separada dos canais e serviços, agrupará os negócios digitais em uma única área, concentrará as expertises corporativas em núcleos de competência para apoio a toda a empresa e buscará parcerias para explorar novos segmentos de negócio, relacionados a seus ecossistemas.
“A marca Globo como a conhecemos hoje, sinônimo de TV aberta, passa a dar nome a uma empresa nova, ampliada, integrada e orientada a novos desafios e oportunidades. Estamos transformando nossos negócios atuais e desenvolvendo novos. A experiência digital mudou muito a maneira como o público consome mídia, conteúdos e serviços, e nós mudamos junto. O investimento que estamos fazendo em novas tecnologias e modelos de negócio não implica abandonar as nossas forças tradicionais. Nossa estratégia amplia a força da televisão, ao unir TV aberta e TV fechada às oportunidades digitais, com o consumidor no centro do negócio”, explica Jorge Nóbrega.
Nessa nova estrutura, Paulo Marinho, responderá pela TV Globo, pela gestão de sua rede de afiliadas e pelo portfólio dos canais de televisão por assinatura.
A ‘Criação & Produção de Conteúdo’ será liderada por Carlos Henrique Schroder, que vai comandar a criação e produção, para todas as plataformas, de conteúdos de Entretenimento, Esporte e Jornalismo. A orientação editorial do jornalismo da empresa continuará sendo exercida pelo Conselho Editorial do Grupo Globo, que conta com a participação de Ali Kamel, diretor de Jornalismo da Globo.
‘Produtos & Serviços Digitais’ estará a cargo de Erick Brêtas, gerindo o portfólio de iniciativas digitais, como Globoplay, G1, Globoesporte.com, Gshow, a home da Globo.com, o Cartola e novos produtos e serviços que continuarão a ser lançados.
Concentrando toda a venda de publicidade, a área de ‘Soluções Integradas de Publicidade’ estará sob a direção de Eduardo Schaeffer.
A aquisição de diversos tipos de direitos necessários à produção audiovisual, principalmente em esporte e entretenimento, estará também reunida numa nova área, ‘Aquisição de Direitos’, sob a liderança de Pedro Garcia.
Comandada por Rossana Fontenele, a área de ‘Estratégia & Tecnologia’ será responsável pela proposição da visão de longo prazo do negócio, parcerias e alinhamento estratégico. ‘Tecnologia’, disciplina fundamental para a transformação da Globo em uma empresa mediatech, também se reportará a Rossana.
‘Marca & Comunicação’ terá Sergio Valente à frente. ‘Finanças, Jurídico & Infraestrutura’ responderá a Manuel Belmar. Claudia Falcão vai liderar ‘Recursos Humanos’. Paulo Tonet comandará ’Relações Institucionais’. E Marcelo Soares estará à frente da ‘Som Livre’ – acumulando essa função com a gestão do ‘Sistema Globo de Rádio’.
A ‘Editora Globo’, sob a direção geral de Frederic Kachar, permanecerá com gestão independente da nova estrutura Globo, se reportando a Jorge Nóbrega.
Roberto Marinho Neto assumirá a liderança da ‘Globo Ventures’, saindo do comando do Esporte. Na Globo Ventures, será responsável pelos investimentos diretos dos acionistas em novos negócios, mantendo uma relação constante de proximidade e atuação articulada com a Globo.
As mudanças começam a ser implantadas em janeiro e a evolução desta primeira etapa da estrutura organizacional da Globo será detalhada nos próximos meses.