Quem vê Ana Júlia na sala de casa não consegue imaginar que durante mais de um ano era em um leito hospitalar que ela passava boa parte do tempo. Uma rotina também difícil para a mãe da pequena e para muitas famílias que acabam passando boa parte do tempo em unidades hospitalares no cuidado de seus entes queridos. Justamente para ajudar a mudar essa situação, proporcionando mais qualidade de vida aos pacientes, é que entra em cena o “Programa Melhor em Casa”, processo de desospitalização que consiste na redução do tempo de internação a partir da continuidade do tratamento fora da instituição hospitalar.
No Hospital do Oeste (HO), em Barreiras, a iniciativa já beneficiou centenas de pacientes, que contam com o apoio de uma equipe multidisciplinar que diariamente se desloca até suas residências para a realização dos cuidados necessários, como fisioterapia, curativos, atendimento psicológico, dentre outros serviços. “Hoje, voltei a ter minha rotina e consigo cuidar melhor da minha filha. Ela está bem mais ativa, já passa um período sem uso de ventilação mecânica, melhorou a coordenação motora e até a capacidade de concentração ”, comentou Adélia Neves, mãe de Ana Júlia.
“Nosso papel é buscar o melhor para o paciente e para sua família. O processo é seguro, já que só realizamos quando percebemos que os pacientes internados não necessitam mais de uma estrutura de alta complexidade, mas sim de cuidados específicos”, explica a médica Daiane Correa, do programa Melhor em Casa no HO. Benefícios também é o que vem testemunhando Willian Santos, cuidador do paciente Manoel Messias, que após vários meses de internação hospitalar no HO já recebe os cuidados necessários em sua residência. “A melhora no quadro clínico e emocional dele é visível. Hoje, ele interage mais com as pessoas, está menos agitado e se alimenta bem melhor”, explica. Transformação compartilhada pela fisioterapeuta Vivian Refosco: “A cada sessão de fisioterapia percebemos uma evolução significativa, desde a realização dos movimentos até na fala do senhor Manoel”, relata. Para ingressar no programa, é feita uma avaliação com uma equipe multiprofissional que verifica o perfil da doença e as condições de moradia do paciente.